E ..... foi assim:
No dia 16 de Janeiro, à hora combinada, lá estávamos nós no átrio do Museu, prontos para nos “cultivarmos”.
O Alexandre, o guia que todos gostariam de ter quando visitam um museu, depois de breve apresentação, disse que iria acompanhar-nos numa visita tão exaustiva que lhe iríamos implorar que se calasse e que iríamos cair para o lado de cansaço.
Pura brincadeira, os seus conhecimentos profundos sobre as colecções expostas, a sua simpatia e o seu humor prenderam de tal modo a nossa atenção que nem demos pelo passar do tempo.
Visitámos as duas exposições permanentes: A Presença Portuguesa na Ásia e Deuses da Ásia.
No Piso 1, mostrou-nos alguns objectos, muito bem seleccionados, onde vimos a influência da arte oriental no mobiliário português, que pela riqueza dos materiais incrustados na madeira (madrepérola, diamantes pérolas e pedras preciosas), davam estatuto à nobreza, que regressava do comércio das Índias.
Vimos como as porcelanas chinesas se ocidentalizaram ao serem importadas com elementos decorativos (brasões e bandeiras) ao gosto das classes ricas e como se tornaram “vulgares” na Europa dos descobrimentos.
Também a arte sacra se adaptou para ser interpretada pelos crentes ocidentais e pelos novos povos que iam sendo convertidos na Ásia e passou a ter elementos orientais, como folhas de palmeira e até numa imagem do Menino Jesus, com ar pensativo, poisava a mão direita no queixo, como um pequeno buda.
Contemplámos o famoso biombo da chegada dos Portugueses ao Japão em arte Nambanjing.
Houve tempo, ainda, para falarmos um pouco sobre a estatuária fúnebre dos Povos de Timor.
Subimos ao Piso 2 para ficarmos maravilhados com a exuberância do brilho e cores das representações dos Deuses Indianos, Shiva com os seus múltiplos braços e Kali com a sua figura assustadora.
Aprendemos como o Hinduísmo deu origem a outras religiões asiáticas como o Budismo e o Taoísmo.
Abordámos o Taoísmo praticado na Tailândia com os seus deuses semelhantes na essência, mas diferentes no aspecto e o Budismo da China perante um altar para cerimónias fúnebres feito em telas pintadas e que decoravam, completamente, o espaço.
Passaram-se duas horas sem pensamos na novela, na Net, na crise e até na fome que já dava sinais.
O que se diz quando nos dão uma coisa, que gostamos muito?
Queremos mais !!!