No dia 4 de Julho efectuámos a visita ao Chalet Condessa d' Edla , em plena Serra de Sintra.
Apesar de ser um imóvel quase despido de móveis e utensilios de uso diário à epoca ou olhar para um quarto onde dormiu um dos reis de Portugal, com a sua segunda mulher, com uma cama (que sabemos não ser a original que ardeu em 1999) onde estão à vista as traves que segurariam um colchão que não existe, é projectar para o Séc. XXI a memória maculada por uma relação/casamento mal vistos na sociedade do Séc. XIX, de um dos mais marcantes reis, apesar de consorte, da última dinastia e que de maneira alguma se justifica nos nossos dias. Há ainda muito que fazer pelos nossos monumentos, para que se tornem deveras interessantes e apelativos à visita.
Mas valeu a pena e acabou por ser enriquecedora. E valeu a pena porque dá-nos sempre a oportuni-dade de matar saudades de quem há algum tempo não vemos, de desenferrujar a língua ao longo do percurso e de aprender algo ou de que nunca nos falaram ou que já esquecemos, como por exemplo:
- Que no início do Séc. XIX, a serra de Sintra estava despida de vegetação, por força da acção humana;
- Que D. Fernando foi um dos introdutores prático em Portugal do Romantismo, na sua vertente paisagística, e por isso importou espécies vegetais de todo o mundo para a repovoar;
- Que o mesmo D. Fernando teve, já em viúvo, uma paixão tórrida e escandalosa, mas que acabou em casamento, com uma cantora de ópera acabada por nobilitar como Condessa d’Edla;
- Que foi para fugir a esse escândalo e para viverem o seu amor em tranquilidade, que o Chalet vi-sitado foi construído, Chalet esse de inspiração Alpina (de onde ambos eram originários), onde foram colocadas as armas de Portugal e de Saxe-Coburgo e Gotha para lembrar tratar-se de uma casa real, apesar de pequenina (era só para eles os dois).
Tivemos ainda tempo de visitar parte do Parque da Pena, onde o Chalet está inserido, tido como o Parque mais romântico de Portu-gal.